segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Análise da leitura do livro: "Filosofia Pré-socrática


Recentemente terminei de ler mais um livro. Por sinal não foi um livro qualquer, nem sequer apenas mais um livro de filosofia. Foi um livro sobre a génese da filosofia grega. Eu diria que a génese da filosofia ocidental. Nem mais nem menos que: "Filosofia Pré-Socrática" da Guimarães Editores. Mesmo para um leigo como eu na arte e conhecimento da Filosofia, pareceu-me muito revelador. Dada a organização cronológica dos vários autores podemos fazer também uma análise cronológica do que foi sendo o conceito a que hoje chamamos de filosofia ou de filosofar.

Os primeiros autores baseiam-se na mitologia e nas tradições orais que ao aliarem ao senso comum e ao raciocínio produzem, aos olhos de hoje, uma pré-filosofia. Criam modelos de explicação do universo mais aprofundados do que a simples mitologia. Posteriormente as teses de explicação e organização do mundo vão se fundindo com a religião grega instituída, até que posteriormente começam a separar-se dela elegendo um ser supremo como o criador e o motor de toda a ordem e harmonia existente. Ao pensarem e questionarem o porquê das coisas do mundo que os envolvem, os primeiros filósofos vão-se afastando da religião instituída e desenvolvendo algo de novo. O culto pelo conhecimento. Mas muitas vezes traduzido e associado a um só Deus que simboliza a sabedoria e conhecimento. Curiosamente estas ideias foram reformuladas e recicladas por alguns judeus e posteriormente pelos primeiros Cristãos. Mesmo antes de Cristo, já os pitagóricos e outros filósofos posteriores defendiam a ética e a conduta exemplar, a preferência pelas coisas da alma, associada ao conhecimento, em detrimento dos vícios e prazeres carnais. Assim se explicam também as grandes diferenças entre o antigo e o novo testamento, pois o mais recente tem claramente uma influência helénica. Também se compreende a facilidade com que o cristianismo se espalhou pela Grécia e posteriormente pela península itálica, origem de alguns dos mais ilustres pitagóricos.

Esta foi a minha principal conclusão a que cheguei depois desta leitura.

Gostaria de saber se mais alguém leu este livro, e mesmo se nunca o tenha lido que opinasse sobre estas conclusões.


Sei que é um assunto um pouco pesado para começar, mas eu sou mesmo assim, chato e maçador.

4 comentários:

  1. Após ler as tuas conclusões, devo dizer que realmente esse "desenvolvimento" de ideias foi acontecendo, pois não nos podemos esquecer que muitas fases passaram, desde o teocentrismo ao humanismo renascentista (antropocentrismo), colocando de parte a ideia de que Deus seria o centro de tudo. Tornou-se necessário que com o desenvolver de ideias, da mudança como se via o mundo, tornou-se necessário modificar também esta forma de ver. Passou-se a valorizar os valores humanos, a sabedoria e a educação... Porém, esta ideia também não foi a mais correcta, o Homem passou a caminhar para o abismo, esquecendo muitas vezes os tais valores éticos... os porquês, esses existirão sempre, e ainda bem, porque no dia em que não houver porquês, nesse dia terá morrido a FILOSOFIA!!! Susana

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  2. Só um pequeno pormenor. Penso que quando dizes ética te queres referir à moral (semanticamente não são sinónimos). Mas porque dizes que o homem caminha para o abismo?

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  3. Não te parece óbvio que o homem caminha para o abismo???? Olha à tua volta e já terás respostas suficientes! E sim, sei que ética e moral não são sinónimos, talvez acrescentaria ao comentário,
    "esquecendo muitas vezes os tais valores éticos", e morais...
    Susana

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  4. Na minha opinião o abismo já foi, neste momento devido à evolução cultural são transmitidos valores de filantropia e amor pelo próximo. Basta analisar a História da humanidade ver quão comum era era morrer numa guerra, de uma peste ou até ser mandado queimar vivo só porque se tinha um comportamento diferente da norma. Hoje pode-nos parecer que o mundo enlouqueceu quando tomamos conta de algumas noticias. Mas significa que toleramos cada vez menos a violência e os ataques às liberdades pessoais, isto porque não estamos já sujeitos às violências e privações do passado. Se a Guerra e a violência nos provocam raiva é porque já não faz parte do nosso dia-a-dia. Se uma morte no hospital nos aflige é porque temos serviços de saúde e já não é normal morrer sem mais nem menos à mais pequena doença. Por isto e tudo mais penso que evoluímos e podemos evoluir. Agora, a falta de valores éticos e morais estão relacionados com muitas mais questões, que devem ser analisadas uma a uma de modo a não descontextualizarmos algumas afirmações.

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A Busca pela sabedoria - criado em Agosto de 2009 por Micael Sousa



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